Logótipo do Agrupamento de Escolas da Moita

Agrupamento de Escolas da Moita

Sede: Escola Secundária da Moita

Memórias de Abril

Agrupamento | 22/04/2022


«Memórias de Abril»

O dia 25 de abril de 1974 foi descrito pela brilhante Sophia de Mello Breyner nos memoráveis versos: «Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo.». Para que possamos continuar a habitar nesse «mundo» idealizado por Sophia é fundamental reviver com as novas gerações os tempos de abril, utilizando para tal instrumentos como a música, a poesia, o cinema, o teatro… A lição que a realidade dos últimos meses nos ensinou é que a paz e a Democracia na Europa não são situações imutáveis e que é preciso um exercício contínuo de Cidadania para as defender.

De um certo modo foi nesta linha de pensamento que os alunos do 11º D3, da Escola Secundária da Moita, apresentaram a peça «Memórias de Abril». Assistiram às duas sessões, várias turmas do nosso Agrupamento assim como professores, Encarregados de Educação, familiares dos alunos e os representantes da Câmara Municipal da Moita, a Vice-Presidente Sara Daniela Rodrigues e Silva e o Vereador António Carlos Pedrosa Pereira. Agradecemos a presença de todos. Foram certamente momentos únicos e inesquecíveis num Auditório de Democracia e de liberdade. Foi fantástico o empenho e a coragem dos nossos alunos. A consciência acerca da diversidade de alunos com que nos deparamos hoje em dia, exige que o professor esteja disponível para explorar as potencialidades e singularidades dos nossos alunos no sentido de conseguir, como nos escreveu Paulo Freire que «ensinar não seja transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.».

Depois de algumas reflexões relativamente à importância das atividades comemorativas do 25 de abril, apetece-me relembrar a questão «Pai, diga-me lá então para que serve a História», com a qual Marc Bloch abre a obra – Introdução à História. Parece-me que a mais significativa utilidade prática que pode ter a História como conhecimento científico é permitir estudar o passado para que possamos compreender melhor o presente e ajudar-nos a melhorar o futuro. É neste sentido, e não numa linha de pensamento puramente ideológica que importa relembrar e se possível reviver as memórias de abril. Afinal, como escreveu Joseph Joubert «A memória é o espelho em que vemos os ausentes.».

                                                                                                      Silvestre Ribeiro    21-04-2022

Arquivo