Realizou-se entre os dias 3 e 6 de fevereiro de 2025 uma visita de estudo inovadora e singular, na medida em que implicou uma deslocação a outros países, neste caso da Europa central. Pode também ser considerada uma viagem de finalistas de âmbito cultural, dada a riqueza e diversidade dos monumentos visitados, além dos factos históricos, das informações, histórias e curiosidades que foram prestadas pela excelente profissional Mélanie Nascimento, a nossa guia nesta aventura.

Esta viagem envolveu um grupo de 29 alunos, maioritariamente de turmas de 12º ano, 6 professores e uma guia turística da agência Pinto Lopes. Às professoras organizadoras, Patrícia Flamino, Cristina Vicente e Teresa Lopes, apresento um especial agradecimento e um bem-haja pela ideia, organização e concretização. Foram dias intensos, mas inesquecíveis, ricos e passados num ambiente de saudável e boa convivência. As visitas programadas ocorreram dentro da normalidade esperada e com o contributo de todos, respeitando regras e horários estipulados.

No primeiro dia, visitámos o Palácio de Belvedere, onde, além da beleza e magnificência do edifício barroco e do seu jardim, pudemos apreciar quadros de pintores famosos, principalmente de Gustav Klimt, incluindo o famosíssimo “O beijo”. Jantámos sopa, Gulash com Spetzler e Apfelstrudel no restaurante/cervejaria Plutzer Brau. Deslocámo-nos a pé e de metropolitano, sendo a nossa estação de referência a de Praterstern, por ser a mais próxima do hotel (Roomz Vienna Prater).

No segundo dia, além da utilização do metropolitano, andámos cerca de 15 km, a maior parte no centro de Viena. Iniciámos o dia com uma visita guiada ao belíssimo edifício da Ópera, seguindo-se um percurso pela rua central com vários pontos de interesse (igrejas, casino, estátuas, lojas muito conhecidas, restaurantes…). Visitámos a imponente e deslumbrante catedral gótica de Santo Estevão, bem no coração da cidade, numa harmonia entre passado e presente, antigo e moderno. Seguimos depois para ver e ouvir o Ankeruhr (Relógio de Âncora), em estilo Arte Nova, que toca apenas ao meio-dia durante cerca de 12 minutos, com diferentes músicas, enquanto vão desfilando 12 figuras de diferentes épocas da história austríaca. Para concluir a parte da manhã, fomos ao bairro judaico, onde vimos o Memorial ao Holocausto, passámos por uma das casas onde Mozart viveu, entre outros edifícios de interesse arquitetónico. Depois de almoço, reunimo-nos e apanhámos o metro para Schönbrunn, com o intuito de visitarmos o Palácio de Verão da Imperatriz Sissi. Este pauta-se, como seria de esperar, pela grandiosidade, beleza e luxo das salas, quartos, móveis, candelabros, espelhos, objetos pessoais e de decoração, bem como pelo grande número de retratos de diversos imperadores, imperatrizes e suas proles.

Voltando novamente ao centro da cidade, à Ringstrasse, fizemos um novo percurso, passando pelo Palácio de Hofburg, estátua de Mozart, Museum’s Quartier, Parlamento e Rathaus (câmara municipal), que, curiosamente, é um enorme e belíssimo edifício gótico, onde decorria animação musical e com luzes. No jardim em frente, havia uma grande pista de gelo onde muitas pessoas se divertiam a patinar ao final do dia, num cenário que recordava a época natalícia, uma vez que muitas árvores estavam repletas de pequenas luzes. Jantámos num restaurante (Wiener Rathauskeller) na cave do Rathaus, onde tivemos a oportunidade de degustar mais pratos típicos: Wiener Schnitzel (escalope de carne panada), acompanhada de salada e batatas assadas. Para sobremesa, foi Kaiserschmarrn (panqueca macia e fofa rasgada em pedaços, polvilhada de açúcar em pó e com uma espécie de geleia de ameixas com pedaços grandes).

No terceiro dia, fomos de autocarro para Bratislava, capital da Eslováquia, a cerca de 80 km, onde a temperatura ainda era mais baixa do que em Viena. Começámos a visita pelo castelo, onde o vento que se fazia sentir intensificava muito mais a sensação térmica. Fizemos um breve passeio para ver o castelo, o jardim e os arredores (vista da cidade e do rio Danúbio). Continuámos de autocarro para um outro ponto também alto e muito frio para visitarmos Slavin (cemitério e memorial de homenagem aos soldados soviéticos que faleceram para libertar a cidade da ocupação nazi, durante a Segunda Guerra Mundial). Durante o resto da manhã, visitámos o centro histórico, a Catedral de São Martinho, a Igreja Azul, entre outros pontos interessantes. Tivemos tempo para almoço e compra de lembranças para, depois, nos concentrarmos perto da margem do Danúbio, aguardando o autocarro para regressarmos a Viena, onde fizemos mais algumas pequenas compras. Jantámos no mesmo restaurante de segunda-feira, mas desta vez numa sala mais pequena, na cave, acolhedora e com decoração medieval. O menu incluiu sopa, grelhada mista com batatas assadas e, novamente, Kaiserschmarrn para sobremesa, mas desta vez com compota de maçã.

No quarto e último dia, o grupo foi para o centro visitar o que entendeu e fazer as últimas compras. Eu e o professor Luís Salvador fomos visitar a monumental Igreja Votiva, ao estilo gótico, como outras já mencionadas, e depois o enorme (um dos maiores do mundo) e riquíssimo Museu de História da Arte, com diversas salas (pinturas, artigos em ouro, artigos em prata, artefactos do Egito, moedas…). Optámos por ver e apreciar os quadros e os objetos em ouro. Destaque para quadros de Bruegel, Albrecht Dürer, Rubens, Caravaggio, entre tantos outros flamengos, alemães e italianos.

Às 11h15, ponto de encontro perto da Ópera para regressarmos ao hotel, recolhermos as malas e seguirmos para o aeroporto.

A viagem de regresso correu muito bem e o avião era melhor e mais moderno do que o da ida.

O balanço desta viagem, repleta de visitas, riquezas e aprendizagens, é muito positivo. Esta saída da nossa zona de conforto serviu para alargar horizontes, permitindo-nos contactar com outras culturas e modos de estar e de ser, que, apesar de diferentes, são também próximas de nós!

                                                                         Professor Pedro Soares (Grupo 300)