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Agrupamento de Escolas da Moita

Sede: Escola Secundária da Moita

Palestra sobre “O Papel das mulheres no Estado Novo e Após o 25 de Abril”

Agrupamento | 19/03/2025

No dia 21 de fevereiro, por volta das 14:35h, a convidada Srª Professora Doutora Irene Pimentel deu uma Palestra no Auditório da Escola Secundária da Moita, tendo como tema “O Papel das Mulheres no Estado Novo e Após o 25 de Abril”.

Para dar início à Palestra, foi feita uma homenagem à Poetisa/Escritora Maria Teresa Horta, conhecida como uma das três Marias, que lutou e escreveu contra a ditadura. Em seguida, os alunos Henrique Lança, Catarina Ferreira e Inês Costa, da turma A1 do 10º ano apresentaram a biografia da nossa convidada, incluindo as suas formações, obras e prémios, antes de lhe passar a palavra.

Na sua intervenção a Srª Professora Doutora Irene Pimentel começou por falar sobre a ditadura de Salazar e do Marcelismo. Segundo a mesma, a ideologia de Salazar sobre a sociedade poderia ser descrita pela seguinte frase: “Cada um no seu lugar”.  Explica que isto se deve ao fato de se tratar de uma sociedade ditatorial e elitista, onde “os filhos de sapateiros se tornariam sapateiros”. Ressaltando que, na época, os homens e as mulheres tinham papéis bem definidos (ideologicamente) e que segundo o pensamento de Salazar, os homens deveriam trabalhar e sustentar as suas famílias, enquanto as mulheres deveriam permanecer no lar e obedecer os seus maridos (se solteiras, deveriam trabalhar). No entanto, a Convidada assegura-nos que a realidade não condizia com o que era esperado e que fora da pequena elite, mesmo após se casarem, as mulheres continuavam a trabalhar, mas em ofícios básicos e a serem muito mal pagas.

Surpreendentemente, por volta de 1933/1934, a Srª Professora Doutora Irene Pimentel afirma que as mulheres com ensino secundário concluído podiam votar e até mesmo tornarem-se deputadas. Entretanto, isto não seria um direito, mas sim uma obrigação e estratégia do governo. Além disso, existia o “Depósito da mulher casada” (até 1967) que fazia com que a mulher não pudesse fugir de abusos domésticos, já que o divórcio não era permitido na época. Com a proibição do divórcio, surgiu a nomenclatura de filho ilegítimo, que só foi abandonada após a revolução.

Chegando ao fim da palestra, ao ser questionada sobre se as pessoas da época tinham noção de que viviam em uma ditadura, a convidada conta-nos que, pessoalmente, sabia que estava em uma ditadura e que era contra a Guerra Colonial, mas acredita que fazia parte de uma minoria que só veio a ganhar força depois do Marcelismo, devido à Guerra Colonial. Disse-nos que a pouca informação que chegava era por parte dos imigrantes, mas não se espalhava devido à censura.

Em conclusão da Palestra, o aluno Henrique Lança, que era um dos apresentadores, agradeceu a presença da nossa convidada dizendo o seguinte – “Mais uma vez, boa tarde a todos. É através do nosso espírito enquanto portugueses que nos encontramos, hoje aqui reunidos. Há cinquenta anos libertamo-nos das correntes da opressão e censura que o nosso próprio governo nos impunha, isto só foi possível graças ao nosso caráter lutador, o mesmo caráter que demonstramos há séculos, desde as navegações. Com isto caros colegas convidamos todos a praticar a democracia connosco esta tarde, apelo a todos vocês que nunca deixem a vossa opinião ser reprimida ou ignorada em respeito à memória dos nossos avós, bisavós e pais que tanto lutaram e sofreram para hoje, os seus filhos serem livres e com oportunidade a expressar a sua vontade. Viva o 25 de abril!

Em nota final gostaria também de celebrar esta SRª, que foi nossa Convidada, ao meu lado. A Srª Professora não é apenas um exemplo para todos nós enquanto alunos, mas também um exemplo de ser humano. Sinto-me honrado por estar na sua presença, uma Srª Professora que tanto conquistou e alcançou. Se nem todas as mulheres antes do 25 de abril podiam votar, hoje algumas representam o exemplo que todos devíamos seguir.

 Viva o 25 de abril e viva a democracia!”

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